Origem da denominação
(Crônica em homenagem aos 150 anos de Barretos)
(Crônica em homenagem aos 150 anos de Barretos)
Diz a história mais aceita que a denominação da cidade de Barretos (SP), como “Chão Preto”, nasceu em uma peça burlesca, levada a palco, em São Paulo - Capital, nos idos anos de 1.924, quando um ator, trajando-se como um homem do campo, como um verdadeiro “caipira”, no linguajar popular, entrava em cena e, sacando de uma velha garrucha, disparava dois tiros para o alto, gritando com voz de bravo: - “Eh! Chão Preto, terra boa é Barreto!”
Como se vê, o referido personagem não falava Barretos para rimar, ao que parece, com “preto”.
A cidade de Barretos era, naqueles tempos, conhecida e tida como valhacouto de bandidos e facínoras, como Filogônio Reis e Aníbal Vieira; além de manter um afamado meretrício composto de lindas mulheres importadas até da França e da vizinha cidade de Uberaba (MG). Essas mulheres, da chamada vida airosa, eram trazidas pelos “coronéis” políticos e fazendeiros que, na aparência, eram homens probos e honestos chefes de família que “ornavam” a mais alta sociedade de então...
Barretos progrediu... Cresceu... Tornou-se famosa no cenário nacional.
Teve seus “tipos” populares. Quem não se lembra do “Carrasco”, do “Ponto Mole”, do “Quatro”, do “Tuta”, do “Zé Muié”, do “Zebedeu”, do “Chupa Limão”, do “Mudinho”, do “Zé Feição”, e tantos outros?!
A cidade alcançou foros internacionais, graças a “Festa do Peão”, patrocinada pelos “Independentes”, esse grupo de moços valorosos que, em virtude de seu trabalho, elevou o nome de Barretos além fronteiras... Lembranças do Orestes de Ávila: - “Elegância! Elegância! Segura peão!... O chão é o limite!...”
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Em 1948, através das colunas do jornal “O Correio de Barretos”, de propriedade do eminente jornalista Ruy Menezes, de pranteada memória, comecei, modestamente, a escrever, sob o evidente pseudônimo de “Urbanus”, uma colunazinha intitulada “CHÃO PRETO”, na qual pretendia, em oito centímetros, gravada em tipo itálico, corpo 6, relatar fatos locais e, principalmente, exaltar a excelência da cidade e a de seus habitantes.
Invariavelmente, eu terminava as pequenas crônicas com a expressão “Eh! Eh! Chão Preto”... Mantive a coluna durante 17 anos...
A “coisa” pegou... A antonomásia pejorativa de “Chão Preto” tornou-se adjetivo qualificativo para a cidade... Hoje, ninguém se ofende de ser chamado de “chãopretano”, de morar nas terras abençoadas do “Chão Preto”...
O nome, atualmente, é do domínio popular. Houve até um ilustre membro da Academia de Letras de Barretos que lançou um livro sob o título de “Crônicas do meu querido Chão Preto”. Todavia, - o que é lamentável – o ilustre autor, nem de leve, lembrou-se de mencionar quem fixou, na cidade, o nome de “CHÃO PRETO”, daquele que, realmente, escreveu, durante 17 anos, as verdadeiras crônicas do meu querido “Chão Preto”... Bem diz o povo, na sua sabedoria, que “o brasileiro tem memória curta”...
Mas, agora, longe da terra que tanto amei que tanto exaltei só me resta a saudade de ouvir o berrante trombetear nas campinas do sertão barretense e o peão, do alto da sua montaria, gritar, a plenos pulmões: “EH! EH! CHÃO PRETO, TERRA BOA É BARRETO!!!”...
Invariavelmente, eu terminava as pequenas crônicas com a expressão “Eh! Eh! Chão Preto”... Mantive a coluna durante 17 anos...
A “coisa” pegou... A antonomásia pejorativa de “Chão Preto” tornou-se adjetivo qualificativo para a cidade... Hoje, ninguém se ofende de ser chamado de “chãopretano”, de morar nas terras abençoadas do “Chão Preto”...
O nome, atualmente, é do domínio popular. Houve até um ilustre membro da Academia de Letras de Barretos que lançou um livro sob o título de “Crônicas do meu querido Chão Preto”. Todavia, - o que é lamentável – o ilustre autor, nem de leve, lembrou-se de mencionar quem fixou, na cidade, o nome de “CHÃO PRETO”, daquele que, realmente, escreveu, durante 17 anos, as verdadeiras crônicas do meu querido “Chão Preto”... Bem diz o povo, na sua sabedoria, que “o brasileiro tem memória curta”...
Mas, agora, longe da terra que tanto amei que tanto exaltei só me resta a saudade de ouvir o berrante trombetear nas campinas do sertão barretense e o peão, do alto da sua montaria, gritar, a plenos pulmões: “EH! EH! CHÃO PRETO, TERRA BOA É BARRETO!!!”...
São Carlos (SP), agosto de 2.004.
Urbano França Canôas
eh! eh! chão preto!.... que crônica boa!
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