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terça-feira, 29 de junho de 2010

CHÃO PRETO...

Iniciamos aqui uma série de crônicas regionais.
Procuraremos espelhar em meia dúzia de linhas os acontecimentos mais pitorescos desse pedaço do Brasil, desse querido “Chão Preto”!

Passamos ainda ontem pelo Natal...
Quem não gosta das festas natalinas?
Para todos o 25 de dezembro encerra um sem números de aspirações.

Desde o menino que espera o Papai Noel, ou mais cristãmente o menino Jesus, até o mais sisudo comerciante que aguarda, com fervor, um bom movimento.

O “Chão Preto” estava regorjeando de gente na véspera do Natal.

A cidade parecia um formigueiro em mudança. Cada habitante, tal as operosas formigas mudadeiras, lá iam carregando o seu volume.

Havia na Cidade um ambiente de expectativa, junto com a “bolada” de 20 milhões da Loteria Federal, sortear-se-ia um espetacular Buick (*) em prol das obras da Santa Casa...

Quantos “brotos” e quantos “vovôs” não tomarão umas liçõeszinhas na “Auto-Escola” do Evaristo (1), na certeza de abiscoitar o estupendo premio.

Corrida a loteria: Oh! Triste desilusão para muita gente...

O “Maquininha” (3), o infernal “Maquininha”, segundo o slogan radiofônico do Nadir (2), foi o contemplado.

Salve! Maquininha! Meus parabéns! Que os postes sejam salvos!
Urbanus

NOTA DO EDITOR: Esta, salvo engano, é a primeira crônica da série CHÃO PRETO. E como diria meu pai, “após uma ginástica mental” e ajuda de minha esposa e de Anita, minha irmã, consegui traduzir o escrito – posto que manuscrito por ele, e inserido num caderno brochura. Hoje prá mim, esse caderno de folhas amareladas, quer como Barretense que sou ou como um orgulhoso filho é um documento histórico de valor inestimável. Somente lamento, que tal iniciativa, a de ver re-publicado os trabalhos de meu saudoso pai, tenha partido de mim, seu filho. Lamento, pois, o tão propalado jargão “Eh! Chão Preto, terra boa é Barretos!” vem sendo usado aos quatro ventos, sem sequer uma menção ao cronista que, com paixão e lirismo, deu dimensão de cidadania, de amor e admiração pelas terras de Chico Barreto. Errê, Chão Preto! Terra boa é Barretos!


NOTAS INFORMATIVAS:
(*) Buick (automóvel da General Motors).
(1) EVARISTO DE PAULA (proprietário e instrutor da Autoescola).
(2) NADIR KENAN (radialista, e político Barretense).
(3) ANTONIO RODRIGUES VIEIRA, O Maquininha (comerciante)

Agradecimentos: Com a ajuda de minha esposa Daniele, e de minha irmã Anita, consegui traduzir essa crônica posto que manuscrita por meu pai Urbano. Daniele ajudou-me a ler e interpretar (a letra do papai era muito bonita, porém de difícil leitura) e a Anita, completou informando-me os nomes completos dos personagens citados na crônica.

sábado, 26 de junho de 2010

A MINHA CANETA

A minha caneta está febril: - ela procura traçar palavras, formar frases para retratar os meus pensamentos mais íntimos e os meus recalcados sentimentos.

Ó caneta indiscreta! Por que você teima em devassar a minha mente? O quê você pretende?

Ah! Já sei qual é a sua intenção: - você quer despir a minha alma, deixando-a desnuda na via pública, aos olhos de todo o mundo... Mas, caneta, minha amiga, você não vê que a neve dos tempos já caiu em minha cabeça? Você não vê que os meus sonhos já se apagaram?

Se você quer, minha amiga e confidente, veja agora o meu coração cansado, este coração que apenas não bate, mas, sobretudo, apanha e, apesar de tudo, ainda palpita e crê na Humanidade, embora, muitas vezes, essa Humanidade não palpite e nem sonhe...

Veja caneta, o quê você fez: - você me tornou um cético. Você não conseguiu a imagem do sonho, mas, você traduziu a realidade da dor, do desespero, da falta de objetividade de uma vida vazia!


Nota: A caneta do poeta está sempre ativa, não importando o tempo.

sexta-feira, 25 de junho de 2010

67 anos (Na roda da vida)

Inicio hoje, pedindo desculpas por minha falha, pois na publicação do dia 23/06, no tópico “Quem era Urbanus?”, disse que meus pais se casaram em 27 de Abril de 1942, todavia, o dia do casamento, como se observa da crônica, que hoje insiro, na qual Urbanus celebra os sessenta e sete anos de casamento, é 28 de Abril.

67 anos
Na roda da vida

Levantei-me hoje, e após preces matinais, Virei a folha da folhinha que marca os dias E deparei com uma mensagem “Deus se manifesta onde não existe interesse egoístico”...
Meu pensamento voou e retornou, por milagre a um sábado há 67 anos...
Era uma tarde de abril...
Então, lembrei-me de uma frase que escrevi, há muitos anos que dizia:
“Tardes de abril...”.
Na beleza das cores do sol poente,
O meu pensamento, como garças brancas voam e voam...
Depois de longas voltas,
repousam nas águas tranqüilas de seu doce olhar...”
Eu era moço, cheio de sonhos...
E, em meu peito palpitava forte um coração repleto de amor...
De amor por uma menina de vestido vermelho...
Casamos na Catedral de Uberaba:
No altar de nosso Padroeiro – São José!
Hoje, passados 67 anos a garça do meu amor, ainda voa...
Voa, procurando o aconchego de seus braços, de seu doce olhar...
Minha querida, o sol poente das nossas vidas já esta se escondendo no horizonte...
Mas a garça continua voando para sempre para encontrar, para encontrar o frescor dos seus abraços, a doçura do seu olhar de amor.
28/04/2009.

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Noventa anos

Iniciando as publicações de Urbanus, abaixo insiro a crônica que demonstrava o amor de meu pai pela família, e, em especial por sua amada esposa. Como se vê, ao completar os seus NOVENTA anos de vida, o velho Canôas (o eterno Urbanus) apresenta toda a sua sutileza de espírito, e alegria de viver.
Noventa Anos
Hoje estou completando 90 anos de vida.
De vida?
Por que não?
Fui menino travesso, moço cheio de sonhos... Homem casado... Quantas alegrias...
A vida correu e eu tropecei...
Quantas lembranças!...
Com o casamento, tive meu complemento: - a minha querida Ruth, com quem eu brigo há 67 anos... Brigas de amor... E, veja lá, se pode brigas de ciúme... Tantos netos... 16... Bisnetos... 9...
Sou velho, mas, sou feliz, graças ao bom Deus...
90 anos...

São Carlos (SP), 22/09/2009.

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Quem era Urbanus?

Urbanus era o pseudônimo de Urbano França Canôas, mineiro de Sacramento, nasceu em 22 de Setembro de 1919; filho de Eurídice França de Assis e Antonio de Assis Canôas, casou-se com Ruth Fullin Canôas, no dia 28 de Abril de 1942. Dessa união nasceram os filhos José Antonio (já falecido), Anita, José Urbano, José Alberto, e José Fernando. Mas o amor do casal Urbano e Ruth, foi além dos filhos biológicos, trouxeram ao seio da família, a filha de coração, a minha irmãzinha Ruth Helena.
Aposentou-se como bancário trabalhando 32 anos no Banco do Brasil, exerceu as seguintes profissões: Jornalista, Radialista e Advogado. Faleceu em São Carlos (SP), no dia 31 de Março de 2010.
Em toda sua mineirice, adotou Barretos (SP) como sua cidade de coração, e onde escreveu as crônicas CHÃO PRETO, projetou-se como Advogado Tributarista na Capital do estado de São Paulo, mas foi em São Carlos (SP) que viveu seus últimos dias.
Mas um poeta não morre, vive um sonho eterno!
Nesse Blog, pretendo postar TODAS as crônicas escritas por Urbanus, bem como as diversas que assinou em nome próprio. Nessas últimas, veremos o lado romântico, poético desse HOMEM que em meus 50 anos jamais conheci igual.
Falarei não só do Poeta, do Cronista, do Jornalista e do Advogado, mas também do HOMEM, do MESTRE, do COLEGA de profissão e do PAI que tive o orgulho de ter. Para mim vai ser um pouco difícil, pois um dia ele me disse: “Você é os meus olhos, a minha bengala!”, mas qual... Sou apenas um olho marejado de lágrimas de saudades e uma bengala abandonada num canto da sala... Sou, aos cinqüenta anos de idade, órfão de PAI e de AMIGO!

terça-feira, 22 de junho de 2010

Barretos é a Chão Preto!

A expressão Chão Preto nasceu num momento de arte teatral para enaltecer Barretos. Nos palcos da capital paulista, um personagem apresentava a frase para quebrar a cena, causando reação imediata na platéia.

- Eh! Chão Preto, terra boa é Barreto!

A cidade nunca foi terra de chão preto. Mas a magia da expressão ganhou encanto, retratando a paixão do homem por sua terra. A força de um hábito foi criada por um jornalista: Urbano França Canoas.

Como um barco pelas páginas da imprensa, o colunista navegou pela imaginação do barretense, formando para a expressão Chão Preto toda uma dimensão de cidadania, de bairrismo inteligente, de proximidade com o solo fértil.

Urbano fincou um marco significativo na cultura barretense, através de processos lingüísticos animadores. Com sua inteligência e arte, com sua habilidade e sutileza, valorizando o estilo primoroso e leve, que se punha sempre a executar sinfonias de amor e admiração por Barretos, a palavra Eh Chão Preto, terra boa é Barreto ganhou o coração e a mente de um povo.

A imprensa barretense nunca foi apenas um negócio empresarial. Em primeiro plano, sua vocação foi de formar e informar, defender mais do que atacar, semear a paz e animar permanentemente.

Urbano Canoas retrata bem a influência da imprensa em gerar otimismo e confiança. A palavra empregada quer sempre fortalecer a idéia de que Barretos é hoje e sempre será uma terra boa.

Uma terra boa é acolhedora e sabe repartir. Uma terra boa é generosa e conhece suas necessidades. Uma terra boa tem virtudes e propriedades geradora de vida em abundância.

A Barretos que Urbano Canoas retratada em suas crônicas é aquela cheia de esperança e bondade. A terra sem preconceito e sem ódios. Mas que ainda tem como ser mais democrática, mais fraterna e mais justa. Por isso é boa terra e não paraíso...

Chão Preto sim, porque tudo tem razão de ser numa terra com 150 anos...
(Texto extraido de http://www.migalhas.com.br - pílulas de informações/Migalhas)