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terça-feira, 20 de julho de 2010

MARRECO

Há indivíduos que o povo costuma chamar de doidos, de tarados ou de lunáticos. Entretanto, quantas vezes, não vemos um desses pobres diabos expenderem um conceito ajuizadíssimo, preciso e que faz inveja a quantos se dizem ou se têm na conta de normais e de inteligentes? É justamente a observação de um desses tipos que pretendo focalizar hoje.
Encontrei defronte a “Casas Pernambucanas”, outro dia, um infeliz que a molecada chama, não sei por que, de “Marreco”. Ele descia e eu subia. Quando cruzamos, bem perto daquele reclame permanente de todas as “Pernambucanas”, - o guarda em posição de continência – o “Marreco” se dirigiu a mim dizendo: “Eis aí um soldado sempre alerta! Sempre cumprimentando os fregueses... Na chuva ou no sol!
Estupenda observação! Todos os dias eu passava por ali e ainda não tinha reparado na posição do militar de fancaria. Fiquei então pensando na astúcia do “Marreco”. Ele, apontado como desequilibrado por todos, descobria, e observava fatos. O que seria, pois o conceito que os indivíduos como ele, formaria de nós antes, os chamados normais?! Naquele dia, com certeza, ele se divertiu à valer à minha custa, vendo a cara de espanto que fiz ao ouvir a sua observação... Parece que ele me viu tão abstrato subindo a rua e adorou a imobilidade e a inércia do boneco de lata fosse mais vivo que eu.
Penitencio-me, “Marreco”! Mas tenho um grande, um enorme consolo: quantas sentinelas de fato existem por esse mundo afora que também não enxergam o descalabro que campeia por todas as paradas?

Urbanus

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